O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que deixará o Mercosul se necessário, buscando priorizar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos em 2025. Suas declarações trouxeram críticas ao bloco, descrito como uma “prisão” que impede o potencial exportador de seus membros.
“Um grupo de burocratas”
Javier Milei classificou o Mercosul como um “grupo de burocratas” durante a 65ª Cúpula do bloco, realizada em Montevidéu. Segundo ele, o Mercosul, que inicialmente visava o aprofundamento de laços comerciais, tornou-se uma barreira para que os países-membros aproveitem suas vantagens comparativas. Ele destacou que o modelo atual do bloco engessa o desenvolvimento econômico e limita as possibilidades de acordos bilaterais.
Foco nos Estados Unidos
O presidente argentino defende a necessidade de um acordo de livre comércio com os EUA, algo que, segundo ele, deveria ter sido firmado há quase duas décadas. A relação estreita com os norte-americanos é central na política externa de Milei, que busca alinhamento direto com o governo norte-americano, especialmente sob a liderança de Donald Trump.
Flexibilização ou saída do Mercosul
Diante das restrições atuais do Mercosul, Milei propôs a flexibilização das regras do bloco, permitindo que cada país negocie acordos comerciais independentemente. Ele enfatizou que, sem essa mudança, a Argentina não hesitará em buscar caminhos fora do bloco.
Impactos econômicos e desafios diplomáticos
Analistas alertam para os riscos dessa postura, que pode prejudicar relações comerciais cruciais da Argentina com países como Brasil e China. A saída do Mercosul, somada à priorização de acordos com os EUA, pode comprometer o equilíbrio econômico argentino e distanciar o país de seus principais parceiros regionais.