terça-feira, dezembro 24, 2024
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Tragédia em Gramado–RS: Vítimas continua internadas e polícia diz que avião não tinha caixa preta

Aeronave Piper PA-42-1000 Cheyenne 400 não tinha obrigatoriedade de ter o gravador

Foto: Defesa Civil/ Divulgação

Da manhã deste domingo (22), um avião bimotor caiu na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, causando uma tragédia que mobilizou as autoridades locais. O acidente ocorreu por volta das 9h30, na Avenida das Hortênsias, uma das principais vias da cidade, e resultou na morte de todos os 10 ocupantes da aeronave e em 2 pessoas gravemente feridas em solo.

Detalhes do acidente

A aeronave, modelo PA-42-1000 Cheyenne 400 da fabricante Piper Aircraft, prefixo PR-NDN, era pilotada pelo empresário Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi, de 61 anos, ex-diretor do Grupo Pão de Açúcar e sócio da consultoria Galeazzi & Associados. Galeazzi viajava acompanhado de sua esposa, Tatiana Natucci Niro, três filhas adolescentes, sua sogra, Lilian Natucci, sua cunhada, Veridiana Natucci Niro, o marido desta, Bruno Cardoso Munhoz de Guimarães, e os dois filhos pequenos do casal. Todos faleceram no acidente.

A aeronave havia decolado do Aeroporto de Canela às 9h12 com destino a Jundiaí, em São Paulo. Poucos minutos após a decolagem, o avião caiu em uma área urbana, chocando-se contra a chaminé de um edifício, uma casa e uma loja de móveis. Destroços também atingiram uma pousada, ferindo hóspedes e funcionários.

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Vítimas em solo

Duas mulheres atingidas pelos destroços da queda permanecem internadas em estado grave em hospitais de Porto Alegre. Uma delas, de 51 anos, está na UTI do Hospital Cristo Redentor, com queimaduras de 2º e 3º graus em 30% do corpo. A outra, de 56 anos, encontra-se no Hospital de Pronto Socorro, com queimaduras em 40% do corpo. Ambas seguem sedadas e respirando com ajuda de aparelhos.

Outras 15 pessoas feridas no solo receberam atendimento médico e foram liberadas entre a tarde de domingo e a manhã desta segunda-feira.

Aeronave não tem Caixa Preta; Diz polícia

A investigação do acidente enfrenta um desafio adicional: a aeronave Piper PA-42-1000 não possuía caixa preta, equipamento que não é obrigatório para este modelo. A ausência do gravador de dados e de voz dificulta a análise das causas do acidente. Segundo especialistas, a caixa preta é fundamental para compreender os últimos momentos do voo, registrando informações de sistemas da aeronave e áudios da cabine.

Investigações em andamento

A tragédia está sendo investigada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e pela Polícia Civil. Enquanto o Cenipa busca prevenir novos acidentes semelhantes, a Polícia Civil trabalha para determinar as causas e responsabilizações.

Condições climáticas adversas foram relatadas no momento do acidente, com chuva e nevoeiro. O governador Eduardo Leite afirmou que as condições meteorológicas no momento poderiam ter sido desfavoráveis, mas especialistas ainda analisarão o impacto disso no acidente.

Operação de resgate e perícia

Equipes de resgate atuaram intensamente para combater as chamas e isolar a área, permitindo o trabalho dos peritos. A rodovia RS-235, que interliga Gramado e Canela, foi liberada na manhã desta segunda-feira. As autoridades pedem que curiosos evitem o local, pois as investigações continuam.

Os corpos das vítimas foram encaminhados ao Departamento Médico Legal de Porto Alegre, onde serão realizados exames de DNA para identificação. A Galeazzi & Associados divulgou nota confirmando a presença do grupo no voo e lamentando a perda irreparável.

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