Bolsonaro quebra o silêncio sobre o indiciamento
O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou nesta quinta-feira (21) após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento no planejamento de um golpe de Estado em 2022. Durante declarações à imprensa, Bolsonaro fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), e ao andamento das investigações.
“O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, declarou Bolsonaro.
Acusações contra a PF e o STF
Bolsonaro afirmou que o indiciamento não surpreendeu e que irá aguardar os próximos passos de sua defesa. Segundo ele, a luta jurídica efetiva começará na Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.
O termo “criatividade” foi uma referência a uma mensagem entre Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes, e Eduardo Tagliaferro, que relatava dificuldades para formalizar uma denúncia. Na conversa, Vieira escreveu: “Use a sua criatividade rsrsrs.”
Investigações envolvem aliados e militares
O indiciamento também alcançou nomes próximos a Bolsonaro, incluindo o general Braga Netto, o deputado federal Alexandre Ramagem e o almirante Gariner. Além disso, seis militares foram presos por suspeitas de planejar a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre de Moraes.
A Polícia Federal apontou ainda que um dos militares chegou a se aproximar da residência de Moraes com o objetivo de prendê-lo.
Próximos passos do processo
O indiciamento será enviado à PGR para análise. Enquanto isso, Bolsonaro mantém a postura crítica às investigações e nega qualquer participação em supostas ações golpistas.
“Tudo isso faz parte de um plano para me incriminar de forma forçada. Estou tranquilo e confiante na Justiça”, concluiu o ex-presidente.