quarta-feira, fevereiro 5, 2025
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A necessidade de reformas estruturais e pressão política para redução dos juros no Brasil

Confira a coluna do Doutor em Ciências Contábeis e Administração, Givanildo Silva

Foto: ClicRDC

Ontem (15), a sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) foi palco de uma importante mesa-redonda sobre taxas de juros e contas públicas, evento que marcou as comemorações dos 80 anos da entidade. O debate reuniu figuras influentes, como o ex-presidente Michel Temer, Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo (MBC), e Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual, para discutir os caminhos necessários para a redução das elevadas taxas de juros no Brasil.

Taxa Selic e custo do crédito: Um obstáculo para o crescimento
Atualmente, a Selic, fixada em 10,5% ao ano, posiciona o Brasil como um dos países com as maiores taxas reais de juros no mundo. No entanto, o custo do crédito para empresas e consumidores vai além dessa taxa básica. Dados do Banco Central mostram que, em junho, a taxa média cobrada para empresas era de 20,94% ao ano, enquanto para pessoas físicas a média alcançou 51,7%, sendo que o rotativo do cartão de crédito superou impressionantes 429,5%. Esses números refletem um obstáculo significativo para a competitividade e o desenvolvimento econômico do país.

Deterioração das contas públicas: Um fator agravante
A deterioração das contas públicas foi identificada como um dos principais fatores para os elevados custos do crédito. Em junho, o déficit primário acumulado em 12 meses atingiu 2,44% do PIB, em contraste com o superávit de 1,25% do PIB no final do governo Jair Bolsonaro. Além disso, o endividamento público alcançou 77,6% do PIB, o maior nível desde fevereiro de 2022, tornando a situação ainda mais preocupante.

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Reformas estruturais: O caminho para a competitividade
Durante o debate, Michel Temer e Jorge Gerdau destacaram a importância de reformas estruturais para reduzir os custos do crédito no Brasil. Temer enfatizou que a pressão política é fundamental para criar políticas de longo prazo que sinalizem uma queda permanente na taxa de juros. Gerdau, por sua vez, apontou que o alto custo financeiro representa um limitador significativo na competitividade do país, especialmente para pequenas empresas.

A pressão política como instrumento de mudança
A mobilização política foi apontada como uma ferramenta essencial para a mudança. Temer destacou que, quando as federações das indústrias se manifestam, isso mobiliza o Congresso, que é sensível às reações populares. Ele relembrou a criação do teto de gastos durante seu governo como uma medida para dar mais previsibilidade às contas públicas e à economia.

Consciência social e ajustes fiscais duradouros
Mansueto Almeida, do BTG Pactual, observou que a sociedade brasileira vem demonstrando uma maior compreensão sobre a relação entre gastos públicos e a taxa de juros. Essa conscientização é vista como um passo importante para a implementação de ajustes fiscais duradouros, que possam garantir taxas de juros permanentemente mais baixas.

O desafio da competitividade
A mesa-redonda na Fiep destacou que, para o Brasil alcançar uma taxa de juros que impulsione a competitividade, serão necessárias reformas estruturais, pressão política contínua e um entendimento mais profundo da sociedade sobre a importância da responsabilidade fiscal. Apenas com essas medidas será possível criar um ambiente econômico que favoreça o crescimento sustentável e a inovação no país.

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