O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) entregou um novo ofício ao Governo do Estado. A categoria não concorda com a proposta apresentada pelo secretário de Estado da Educação, Aristides Cimadon, por entender que R$ 230 milhões é insuficiente para contemplar 80 mil servidores.
O documento entregue afirma que a proposta do governo não cumpre com o piso salarial neste ano e nem vai garantir o piso no próximo ano, porque em janeiro haverá um novo reajuste. Sobre a progressão na tabela salarial, o Sinte pede que o governo garanta percentuais que a categoria considera justos, entre os níveis e referenciais. “A proposta atual exclui 70% dos trabalhadores da educação. Exigimos reajuste para todos”, cobra o Sinte.
Alguns professores procuraram a coluna. Um deles relatou que tem mestrado, último nível. Atualmente, seu salário é de R$ 6.122, e que os 10% apresentados pelo governo são insuficientes, sendo um pouco mais de 1,4% este ano e um pouco mais de 1,3% para o segundo ano. Ainda segundo o educador, os demais níveis não terão aumento. “O meu passaria pra R$ 6.211, com 1.48% agora e R$ 6.302 com 1.48% depois, menos de 3% em dois anos com aproximadamente 20% de inflação no período de 2021 até o momento”, afirmou.
Outro ponto de insatisfação é quanto à proibição aos professores com menos de 8 anos de carreira, ou com mais de 20 anos, de fazerem mestrado ou doutorado com licença remunerada. “Proibir técnicos pedagógicos da SED, das CREs e das escolas é o início de uma jornada que acaba com mestres e doutores na rede estadual. Quem planeja políticas públicas cria e desenvolve programas e diretrizes com apenas a licenciatura. Isso vai levar o estado para os piores indicadores do país”, afirmou um professor. A categoria entende que a decisão do governo se deve à questão da descompactação da tabela, para impedir que os educadores progridam na carreira.
Procurado, o Governo do Estado respondeu que fez uma proposta para a categoria e que ela segue em debate entre as partes, avaliando o que é possível fazer dentro dos limites da responsabilidade fiscal. “É importante lembrar que esse processo de início para a descompactação da tabela salarial é uma das quatro demandas apresentadas, todas as outras três já atendidas. Até por esse esforço de valorização dos professores, a maioria absoluta dos professores catarinenses continuou trabalhando, em sua missão de educar as crianças e jovens catarinenses nas salas de aula. A greve acabou sendo suspensa em maio, com uma adesão de cerca de 4% dos profissionais da Educação”, diz a nota.
Fonte: SC em Pauta