O Microcrédito em Santa Catarina, impulsionado pelo trabalho de 24 anos do Badesc (Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina), conquistou destaque em um cenário internacional. O presidente do Badesc, Ari Rabaiolli, apresentou a evolução do modelo operacional do Microcrédito no estado desde 1999 até os dias atuais durante o III Seminário Internacional de Microfinanças, realizado em Brasília na quarta-feira (22).
O evento, promovido pela Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (ABCRED), teve como propósito discutir boas práticas de países vizinhos e criar um ambiente mais propício para o desenvolvimento das microfinanças.
Rabaiolli destacou que, em 1999, o Badesc concebeu o projeto para a criação das Instituições de Microcrédito Produtivo e Orientado (IMPOs) em todas as regiões de Santa Catarina. Inicialmente, além dos recursos financeiros, foram disponibilizados espaço físico, pessoal, treinamento e material.
“Atualmente, essas instituições são autossustentáveis e atuam como repassadoras dos recursos do Badesc aos empreendedores. Com o apoio delas, desde a criação do programa, cerca de 1,3 milhão de operações foram realizadas e R$ 5 bilhões foram investidos na economia catarinense”, destacou o presidente do Badesc.
Dentro do Programa Microcrédito de Santa Catarina, é operacionalizado o Programa Microcrédito Juro Zero, que oferece suporte aos Microempreendedores Individuais (MEIs). Desde sua criação, em 2011, foram realizadas cerca de 160 mil operações, totalizando um valor contratado superior a R$ 561 milhões.
Atualmente, 30 instituições de microcrédito são parceiras do Badesc e atendem todos os municípios de Santa Catarina.
A presidente da ABCRED, Isabel Baggio, ressaltou que o seminário evidenciou o poder transformador do microcrédito assistido, que gera oportunidades e desenvolvimento econômico e social. No entanto, ela enfatizou a necessidade de avanços, destacando que é fundamental debater formas de ampliar a oferta desses recursos, incluindo mudanças na legislação, capacitação permanente dos profissionais e a criação de fundos garantidores.