As pesquisas de intenção de votos costumam surgir com o propósito de ilustrar a situação política antes do eleitor ir à urna. Mesmo com todas as possibildades de erros, as discrepâncias nas amostragens no pleito de 2022 chamam atenção.
Na disputa ao Palácio do Planalto, em levantamento realizado pelo Ipec, Lula chegou a figurar com 51% dos votos. O Datafolha também apontou uma possível vitória de Lula no primeiro turno.
No nosso Estado de Santa Catarina, os institutos não conseguiram prever a presença de Décio Lima no segundo turno.
Nas três amostragens, Décio aparecia em quarto lugar. Na apuração, levou a melhor sobre Moisés. Gean Loureiro, que chegou a figurar como o primeiro colocado na pesquisa Tulipa, acabou em quarto lugar.
No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite chegou a figuar com 12% na frente de Onyx Lorenzoni. No final das contas, o ex-ministro terminou com 11% na dianteira de Eduardo Leite, que por pouco não perdeu para Edegar Pretto (PT).
Importante destacar que as empresas que realizam pesquisas de opinião pública devem registrar a mesma junto a Justiça Eleitoral. Muito embora, a Justiça Eleitoral não realiza qualquer controle prévio sobre o resultado das pesquisas, tampouco gerencia ou cuida de sua divulgação.
A divulgação de pesquisa falsa e fraudulenta se constitui crime punível com pena de detenção de seis meses a um ano e multa de R$ 53.025 a R$ 106.410 (art. 33, parágrafo 4º; e 105, parágrafo 2º da Lei 9.504/97).
Em razão da discrepância nas amostragens das pesquisas com o resultado das urnas, o Ministro da Justiça e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), requisitou investigação pela Polícia Federal, que tinha no rol de investigação as empresas Datafolha, Ipec e Ipespe, por indícios de que os institutos de pesquisa atuam “na forma de cartel” para “manipular” as eleições.
Apesar de fortes indícios de fraude, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou a suspensão das investigações. É de concluir-se que quando não há justiça, grande perigo é ter razão.