domingo, agosto 3, 2025
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Os maiores desafios enfrentados pela saúde em 2021; um ano de duros aprendizados

Será que realmente estamos prestes a presenciar o fim de uma pandemia, ou apenas vivendo um Déjà vu?


Por: Andressa Guinzelli

IMAGEM ILUSTRATIVA – Foto: Hospital Regional do Oeste

A falsa sensação de segurança com a queda dos casos ativos da Covid-19, no fim do ano de 2020, e a exaustão da população que se mantinha isolada até então, fez com que 2021 se tornasse um dos anos mais complexos e desafiadores de todos os tempos. A partir daí, mais uma vez, a população viu sua rotina ser transformada com a adoção de rígidas ações, ao mesmo tempo que era obrigada a enxugar as lágrimas de uma sociedade que lamentava tantas mortes. 

Chapecó, por sua vez, encarou as UTIs e enfermarias superlotadas e, em busca da segurança dos moradores, tomou medidas emergenciais que foram definitivas para a recuperação de tantas pessoas. Entre críticas e elogios, a Capital do Oeste foi destaque nacional no combate à Covid-19. Uma linha do tempo que nos mostra os principais destaques deste ano turbulento, mesmo que extremamente detalhada, nunca será o suficiente para contar tudo o que vivemos em 2021. Em nossas memórias um nome ou uma data sempre vai se destacar e nos fazer viajar por um ano que desejamos mais do que nunca deixar para trás. 

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Janeiro – Já nos primeiros dias do ano, enquanto o país se preparava para iniciar a imunização, Chapecó anunciou que estava com as UTIs 100% lotadas. No mesmo período observamos de longe a grave crise sanitária enfrentada pelo Amazonas, onde foi descoberta a nova variante P.1, indicada por pesquisadores como uma das principais razões para o aumento dos casos ativos do coronavírus. Inicialmente tão distante, tornou-se uma das maiores preocupações do nosso município.  

O alívio parecia ser efetivo com a chegada da vacina. Duas profissionais da área da saúde e o vice-cacique da Aldeia Kondá foram as três primeiras pessoas a receber a primeira dose do imunizante em Chapecó. 

Fevereiro – A alegria em ver tantas pessoas sendo imunizadas com a primeira dose foi substituída pelo desespero da população, que assistiu o número de mortes subir de 140, para 269 vítimas – um acréscimo de 129 pessoas, em menos de um mês. Assim como os óbitos, os casos ativos também assustaram, chegando a marca de 5 mil, no período onde a Vigilância Epidemiológica confirmou mais de 500 testes positivos em um dia.   

A luta contra um inimigo invisível foi travada diariamente. Com praticamente todos os leitos para a doença ocupados, o prefeito de Chapecó, na época recém-assumido, João Rodrigues, anunciou que o Centro de Eventos se transformaria em um Hospital, com 75 leitos. 

Mesmo assim, a transferência de pacientes para hospitais da região foi inevitável. Nos mesmos dias, pessoas se ajoelharam em frente ao hospital Unimed e formaram uma corrente de oração em prol a recuperação de seus familiares. Nas redes sociais, os pedidos de ajuda de quem buscava por um leito de UTI, tornou-se rotina. Uma rotina triste e angustiante. 

Março – Um novo mês inicia e a mesma preocupação se mantém. A população Chapecoense, que já havia enfrentado tantas mortes, viu UTIs aéreas tomarem os céus para a transferência de cinco pacientes até hospitais no Espírito Santo. Torturante e amedrontador, palavras que resumem o pior mês da pandemia em Chapecó, onde foi registrado o maior número de mortes, ultrapassando a marca de 520 vítimas desde o início da pandemia . 

Um verdadeiro exército foi montado na Capital do Oeste. Professores de universidades foram cedidos para atuar nas enfermarias, enquanto alunos se revezavam no monitoramento remoto de pacientes ativos. Isso tudo porque a falta de profissionais também foi um problema enfrentado por aqui. 

Abril – As ações de combate realizadas pela prefeitura de Chapecó, consideradas efetivas por muitos e criticadas por outros, chamou a atenção do Presidente da República, Jair Bolsonaro. Ele viajou para o Oeste de Santa Catarina onde conheceu o Centro Avançado de Atendimento a Pacientes, montado no Centro de Eventos. 

No mesmo mês Chapecó foi destaque nacional ao adotar o “lockdown inverso”. A medida de enfrentamento à Covid-19 nada mais era que o isolamento somente das pessoas que testaram positivo e não de toda comunidade, diferente do que foi adotado por alguns administradores. Na época, Chapecó chegou a comprar 40 mil testes do tipo swab nasal, de antígeno, que permitiam um resultado seguro em 20 minutos.

Em abril os números de casos ativos e de mortes caíram, em decorrência a todas as ações realizadas pela administração pública, e principalmente pela imunização que seguia em ritmo acelerado no município. A estrutura hospitalar no Centro de Eventos foi desativada após transferência do último paciente. 

Maio – Novos grupos começaram a se vacinar, a luz no fim do túnel vinha a cada atualização sobre a imunização. Na ocasião, ganharam manchetes as remessas de vacinas que chegavam a Chapecó. O município que chegou a registrar 19 mortes em um único dia, já comemorava uma semana sem vítimas da doença. Mesmo assim, o pronto socorro do Hospital Regional do Oeste (HRO) seguia superlotado. 

Junho e Julho – Nestes meses as filas em busca da vacina foram rotina, novos grupos eram acionados para receber a primeira dose e o Governo de SC iniciava o planejamento da imunização em massa contra a Covid-19 nos municípios do Estado. 

Em junho a Anvisa autorizou a indicação da vacina da Pfizer, para crianças com 12 anos de idade ou mais. A ampliação foi aprovada após a apresentação de estudos desenvolvidos pelo laboratório que indicaram a segurança e eficácia da vacina para este grupo. 

Já no mês de julho o dia a dia se tornou mais leve. Viver com a doença parecia ter sido normalizado pela população. Festas clandestinas eram flagradas por todos os cantos, enquanto pessoas continuavam lutando pela vida em um leito de hospital. 

Agosto e Setembro – Em meio a bares lotados, Chapecó identificou o primeiro caso da variante Delta no município. Ela foi registrada pela primeira vez na Índia em outubro de 2020 e causou uma grande crise sanitária no país. Poucos dias depois a Prefeitura Municipal confirmou a transmissão comunitária da cepa. 

Em Setembro, o Hospital da Criança de Chapecó anunciava o pronto socorro lotado e a falta de médicos para realizar o atendimento dos pacientes. 

Outubro e Novembro – Entre os últimos meses de 2021, com a queda de números ativos e de mortes em decorrência à Covid-19, o Governo de Santa Catarina estudava a flexibilização do uso de máscara em ambientes abertos, o que foi confirmado nos últimos dias de novembro. Chapecó também comemorava a queda constante de casos, atingindo um dos menores números desde o início da pandemia. 

Dezembro – 52 casos ativos, um dos últimos dados divulgados pela prefeitura, mostra uma queda de mais de 98% para o início do ano. Andar na rua e ver pessoas sem máscaras nos traz a mesma sensação de segurança do fim de 2020. Ao mesmo tempo, uma nova cepa é identificada na África do Sul e já tem casos confirmados no Brasil. O que nos instiga a questionar e imaginar sobre um futuro próximo: será que realmente estamos prestes a presenciar o fim de uma pandemia, ou apenas vivendo um Déjà vu?

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