Pesquisa eleitoral é sinônimo de polêmica: seja pela sensação de não estarmos incluídos (raras são as pessoas que já foram abordadas para tal), seja porque, caso contrarie a intenção de voto pessoal, pode cair na vala da desconfiança. Por esse motivo, o Grupo Condá de Comunicação optou por encomendar uma pesquisa junto ao Instituto Mapa. Essa iniciativa nos dá a segurança necessária para compreendermos o chamado “retrato do momento” – afinal, a partir da contratação, o Mapa se encarrega e responde por todos os critérios adotados para reduzir ao máximo a chamada margem de erro (o máximo de erro que uma pesquisa pode ter). Neste caso, de 4.4% (pontos percentuais).
E aí vem a primeira consideração: com a pandemia do novo coronavírus, a tradicional pesquisa de campo, de forma presencial, foi substituída pela consulta telefônica – a opção principal e comprovadamente mais segura. Ressaltamos que o Intervalo de Confiança da pesquisa é de 95%.
Outra dúvida é em relação ao número de entrevistados: à primeira vista, entende-se que 504 entrevistas seriam pouco em relação aos 151.220 eleitores estimados pela Justiça Eleitoral para o pleito de 2020 em Chapecó. Para interpretarmos esse número, é importante saber:
• Distribuição Geográfica das entrevistas: 32% foram feitas na região central da cidade (12 bairros); 44% na região norte (14 bairros); 13% na região sul (5 bairros) e 11% nas demais localidades. Essa distribuição demonstra que todas as regiões de Chapecó foram ouvidas.
• Quanto às características da amostra, 52% são mulheres e 48% homens. Ainda: 13% dos entrevistados estão na faixa etária de 16 a 24 anos; 46% estão entre 25 e 44 anos; 25% estão entre 45 e 59 anos e 16% tem 60 anos ou mais. Quanto à escolaridade, 71% dos entrevistados tem até o ensino médio e 29% tem ensino superior. Finalmente, 91% dos entrevistados integram a População Economicamente Ativa (PEA), enquanto os demais 9% não.
Dessa forma, ao conhecermos as características dos entrevistados detalhadamente, reforçamos a confiança no resultado da pesquisa.
Outro ponto importante a ser considerado é a chamada intenção estimulada. Isso significa que o entrevistador deve dizer os nomes de todos os candidatos que estão concorrendo, para que então o entrevistado faça sua escolha.
Feitas essas considerações, buscamos a interpretação de nossos colaboradores sobre a resposta à pergunta essencial: “Se a eleição para prefeito de Chapecó fosse hoje, em quem você votaria?”
GIVANILDO SILVA
Dr. em Ciências Contábeis e Administração,
A amostra é bastante significativa, com os 504 entrevistados via sistema de telefonema automático.
O candidato João Rodrigues apresenta 26,6% das intenções de voto. Numa análise mais detalhada dos números, ele é mais forte junto ao entre gênero masculino, entre os mais jovens (faixa de 16 a 24 anos) e os idosos acima de 60 anos, com maior destaque na região sul (bairros Esplanada, Quedas do Palmital, Santo Antônio, Seminário e Universitário).
Logo em seguida, Cleiton Fossá está com 16,9% das intenções de votos. Verificando os dados segmentados, percebe-se que o gênero masculino é maioria de seus eleitores, com destaque para os jovens entre 16 e 44 anos, nas regiões central e sul.
Já o índice de rejeição é bastante preocupante para o candidato João Rodrigues, com 41%. Em seguida, temos o candidato Cláudio Vignatti, com 25% de rejeição. Cleiton Fossá e os demais candidatos com menos de 5% de rejeição. Estes valores de 41% e 25%, são eleitores que não votariam nestes candidatos, somando 66% do total da amostra. Pode-se inferir que, grande parte dos eleitores da amostra, rejeitam os candidatos que estão há mais tempo na política. Talvez a palavra de destaque nesta pesquisa seja renovação. O senso comum aponta que o limite de rejeição, para que o candidato tenha sucesso no pleito, é em torno de 30%.
O índice de rejeição cria um limite de crescimento natural do candidato. É difícil convencer o eleitor a votar em quem ele declara possuir uma percepção negativa.
Já se tratando de possibilidade de crescimento, é importante destacar “brancos/nulos” em 11% e “não sabe” em 16%, somando 27% dos eleitores da amostra. Sob essa perspectiva, Cleiton Fossá, Leonardo Granzotto e Marcio Sander, que possuem as menores rejeições, são os candidatos com maior potencial de crescimento nas próximas pesquisas.
ROBSON SANTOS
Dr. em Direito
Especialistas eleitorais afirmam que as eleições municipais são as mais difíceis. O complicador está na relação estreita que normalmente existe entre o candidato e o eleitor – o voto muitas vezes se dá por critérios de “vizinhança”.
O resultado da última eleição em Santa Catarina mostrou que a consciência eleitoral deve estar atenta a um juízo mais apurado – o que vale para a esfera municipal. Para tanto, destaco alguns critérios a se considerar:
• conhecimento dos planos de governo;
• conhecimento do histórico e da credibilidade dos candidatos;
• avaliação da expertise dos candidatos.
A escolha consciente passa ainda por uma análise criteriosa das pesquisas eleitorais quanto à credibilidade dos institutos que as realizam, os veículos que as divulgam e quem as solicita. Afinal, elas são responsáveis não apenas por externar a intenção de votos, mas por auxiliar nas escolhas e por fomentar o chamado voto útil (a escolha pelo candidato que demonstra ter chance de êxito).
Por não ignorar a publicação de pesquisas parciais, que induzem o eleitor ao voto útil (divulgando resultados que favorecem candidaturas), destaco o protagonismo do Grupo Condá de Comunicação. Além de trazer de volta o jornal impresso, auditado e independente de repasse público e/ou da necessidade de atender a interesses de candidaturas, o Grupo contrata pesquisa eleitoral junto ao Instituto MAPA, oferecendo dados isentos, que trazem ao eleitor a realidade da intenção dos votos à prefeitura de Chapecó. O resultado (pela credibilidade do Instituto MAPA, com 29 anos de atuação em Santa Catarina), é o parâmetro fidedigno da intenção de voto no momento.
Assim, enfoco duas questões relevantes no atual cenário. A primeira em nível nacional (com reflexo acentuado em Chapecó) – a objeção considerável ao PT, fruto das questões protagonizadas pela Operação Lava Jato. A segunda, o índice que aponta uma rejeição elevada ao candidato que a lidera, influenciando a intenção de votos. Considerando apenas os índices de rejeição, 66% dos entrevistados, confirmam as duas questões referidas: pois 41% rejeitam o candidato que lidera as pesquisas, e outros 25% rejeitam, antes de mais nada, a representatividade do PT na política.
Aliás, esse fidedigno novo cenário apresentado, muda o panorama eleitoral e altera o resultado do voto útil. O segundo colocado na pesquisa possui apenas 5% de rejeição, ou seja, sua capacidade de conquistar o eleitor é bem maior, o que pode e deve fazer a diferença no resultado final.
Se praticamente 2/3 do eleitorado não quer que a prefeitura seja ocupada por duas forças políticas, a opção, portanto, pode recair no candidato que figura em segundo lugar. Nesse contexto, é importante destacar que o pleito eleitoral é feito de escolhas e de rejeições, expostas em resultados de pesquisas sérias. Cabe ao eleitor consciente decidir coerentemente e ser corresponsável pelo futuro da cidade!