Por: Daniel Fasolin
Após a reconstrução mais dolorosa de sua história a Chapecoense, em algum momento destes últimos 4 anos, perdeu um pouco da identidade de seu povo e de sua torcida. O rebaixamento dentro de campo era só mais um reflexo do que havia se perdido também fora dele. Porém 2020 serviu para que as coisas se restabelecessem na Chape. Com uma gestão austera em todos os sentidos, pés no chão e humildade, a Chape reencontrou o seu DNA.
A torcida não pode acompanhar de perto, ou pelo menos no estádio, as mudanças no espírito da Chapecoense. A pandemia que afeta fortemente todos os setores, tinha tudo para distanciar ainda mais o torcedor apaixonado de seu clube do coração, porém o que se viu foi o oposto.
O trabalho começou cheio de incógnitas e com resultados pouco expressivos e a desconfiança ainda pairava pelos lados da Arena Condá. Porém, com a mudança de rumo no comando técnico, as contratações de jogadores com as características que outrora foram exitosas, humildade e a união, os resultados positivos começaram a aparecer.
O verdão do oeste superou todas as adversidades, história corriqueira por aqui, e mais uma vez conquistou o título catarinense, o sétimo de sua história. O que no início da temporada era impensável, improvável se tornou uma doce realidade. A desconfiança da torcida, pelo menos da grande maioria, começava a perder força e a energia que sempre existiu em Chapecó, tomou conta.
A Série B, por mais temida e difícil que pudesse parecer, foi só mais um campeonato que veio para ratificar a recuperação do espírito verde e branco. Com resultados simples, porém expressivos, e com um grupo que luta até o fim em todas as batalhas, a Chapecoense antecipadamente – a quatro rodadas do fim- reconquistou o seu espaço na elite nacional.
O trabalho ainda continua e a próxima temporada promete ser ainda mais desafiadora, porém é inegável que quando o DNA da Chape está em campo, tudo parece estar em seu lugar. Chapecó respira a Chapecoense e a Chape não vive sem Chapecó.
