Atrás apenas de Florianópolis e Joinville, a capital do Oeste aparece em terceiro lugar entre as cidades que registraram maior número de homicídios, em 2019. No ano passado, Chapecó registrou 35 assassinatos. Em contrapartida, a Polícia Civil informou que o índice de resolutividade desse tipo de crime tem sido de 100%, com todos os autores identificados. A informação foi divulgada pelo delegado regional da Polícia Civil, Ricardo Newton Casagrande e o delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC), Vagner Papini.
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Segundo os delegados, o trabalho de identificação e prisões dos criminosos, contribui para manter o número de homicídios sem crescimentos exorbitantes. Casagrande disse que em relação há 2018 houve o aumento de quatro homicídios.
“Em números, ele é pequeno, não temos um número alarmante. Em 2018 foram 31, no ano passado 35, tivemos um acréscimo de quatro (homicídios)”, informou.
O delegado regional também destacou que dos 35 casos registrados em 2019, todos já possuem autoria definida.
“Nem todos os inquéritos estão concluídos, mas em todos eles – todos os homicídios que ocorreram , manteve-se a autoria conhecida”, explicou.
Para o delegado Papini, é um ponto favorável para Chapecó o fato de a polícia possuir todos os homicídios esclarecidos.
“O objetivo disso é realmente enaltecer o trabalho da Polícia Civil, pois, apesar de estar como a terceira cidade com o maior número de homicídio, a resolução está muito acima de outros locais, que estão na décima quinta posição”.
Principal motivação
Conforme levantamento da Polícia Civil, a principal motivação dos homicídios, em 2019, foram desavenças pessoais, entre vítimas e autores. O delegado Papini informou que a maioria dos homicídios se relacionam com desavenças antigas.
“A pessoa vai guardando sentimento ruim e acaba – por fim – praticando uma vingança. Há também crime relacionado com organizações criminosas – PGC versus PCC. Há ainda crimes relacionados ao tráfico de drogas”, disse.
Difícil de evitar
Para o delegado regional, esse é um crime difícil de evitar.
“A nossa função é o pós-crime e a Polícia Civil tem se destacado na resolutividade. Infelizmente o homicídio é um crime mais difícil de evitar, mas temos dentro da Polícia Civil essa resolutividade de 100% já mantida por três anos seguidos”, destacou.
Casagrande ainda salienta que a polícia faz a sua parte para evitar que o número de casos aumente.
“Pela parte da Polícia Civil nós temos solucionado os caso, todas as prisões que são representadas nos autos do inquérito são concedida e as pessoas são presas, salvo quem está foragido. Então, quer dizer, que a polícia tem feito à parte dela, mas é um crime que é difícil a prevenção, tem essa dificuldade, mas não é a falta de punição ou de identificação dos criminosos”, pontua.
Situações que podem gerar casos de homicídios
Casagrande comentou sobre uma briga generalizada que aconteceu em frente a uma casa de show do centro, no fim de semana, que poderia ter como resultado casos de homicídios, pelo contexto violento, onde pessoas se agrediam com madeira, cano e chutes. Também pelas agressões feitas por duas, três ou mais pessoas contra outra que estava caída no chão.
Apesar da repercussão que ocorreu devido à divulgação do vídeo da briga e pelo número de pessoas envolvidas, o delegado informou que ninguém procurou a Polícia Civil para fazer o registro.
Oeste é uma das regiões mais seguras
O delegado regional destacou, que apesar de ser a terceira cidade que mais registrou homicídios, Chapecó não pode ser considerada violenta, já que em outros tipos de crimes o índice não é tão alto. Além disso, acrescentou que Santa Catarina é considerado um dos estados mais seguros do país e que o Oeste é considerada uma das regiões mais seguras do estado.
“Em tese, nós estamos em uma das regiões mais seguras do país”, finalizou Casagrande.