*Informações Diário Catarinense
Menos ações contra o patrimônio e mais crimes contra a vida. Esse foi o balanço comparativo das ocorrências atendidas pelas forças de segurança do Estado no Carnaval deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Houve queda de 50,8% nas práticas de assalto e redução de 55% nos furtos, que é quando o crime ocorre sem ameaça ou violência contra a vítima.
Por outro lado, as estatísticas de assassinatos cresceram 66,7%, com ocorrências concentradas entre segunda e terça-feira, nos últimos dias do Carnaval. Foram 15 mortes este ano contra 9 registradas no ano passado.
As autoridades da segurança reconhecem que o dado desperta preocupação, mas destacam que nenhum dos homicídios ocorreu em eventos diretamente ligados ao Carnaval.
“Estamos trabalhando na busca da autoria daqueles casos que não estão identificados e também a motivação destes homicídios, haja vista que a ligação com o crime organizado, com a dívida de substâncias entorpecentes por parte de usuários, isto tudo será buscado agora durante o curso da instrução dos inquéritos policiais. Felizmente, todas essas mortes foram em locais diversos àqueles onde ocorriam os festejos de Carnaval” aponta o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Koerich.
Incidentes serão analisados, diz secretário
O secretário de Segurança e comandante-geral da Polícia Militar, coronel Araújo Gomes, destacou que a mobilização policial garantiu a proteção do público em 200 eventos nos últimos dias, alcançando até 2 milhões de catarinenses.
Na avaliação de Araújo, a “Operação Alegria” foi bem-sucedida, apesar dos incidentes envolvendo policiais das tropas e foliões no Centro de Florianópolis. Ações da PM foram contestadas com relatos de uso desproporcional e excessivo da força nas noites de sexta-feira e de sábado. Segundo o secretário, os episódios serão analisados para apurar condutas e garantir providências futuras.
“Nossa análise segue um critério de três fatores. A primeira é o ambiente físico, vamos analisar o layout da operação, da área central da festa. O segundo diz respeito ao público, de que maneira podemos orientar melhor para que não chegue a esse comportamento de depredação, de violência interpessoal. E a própria conduta da Polícia Militar, de que maneira ela pode ser efetiva nos estágios iniciais do escalonamento da força para que esse nível de intervenção não seja mais necessário” pontuou.
Ainda conforme o secretário, a recente compra de câmeras corporais que serão fixadas nos uniformes dos policiais poderá esclarecer ações como essas em situações semelhantes. A empresa escolhida na licitação tem prazo de 90 dias para entregar os equipamentos.