Cristiano Martins dos Santos, de 37 anos, foi a vítima encontrada carbonizada no dia 23 de outubro de 2019, em um veículo queimado no acesso José Rodolfo Travi, no Contorno Viário, bairro Santo Antônio, em Chapecó. Dois irmãos são suspeitos de cometer o crime, segundo informou o delegado responsável pela investigação, Vagner Papini, nesta quarta-feira (22), durante coletiva de imprensa. Eles estão presos por outros crimes.
Papini destacou que a investigação, que durou aproximadamente seis meses, foi bastante complexa. “Tivemos a primeira dificuldade, no sentido de identificar a vítima”, informou o delegado.
Dia do crime
Segundo apurou a investigação, no dia do crime, Cristiano consertava o veículo VW/Gol, quando uma pessoa chegou no local e o chamou de “duque”. A expressão, segundo o delegado, é usada para elencar indivíduos que possivelmente praticaram crimes sexuais.
“A vítima se sentiu ofendida e agrediu brutalmente esse individuo que a injuriou. O individuo foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a vítima (encontrada morta carbonizada) fugiu do local, para evitar a prisão em flagrante. Posteriormente, ele retornou e passou a discutir com as pessoas que estavam presente ali, justamente devido a agressão que ele havia praticado. Ela discutiu, de forma preponderante, com dois irmãos. Um deles estava armado e efetuou um disparo contra a vítima”, explicou o delegado.
Papini disse que a investigação apurou que após a vítima cair no chão, os irmãos a colocaram no carro e levaram até o acesso. Eles tiraram a gasolina do veículo e atearam fogo com a vítima dentro. Após, saíram do local a pé.
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Cão ajuda identificar suspeitos
O delegado explicou que durante as investigações, imagens de videomonitoramento foram usadas para tentar identificar os suspeitos.
“Verificamos o momento em que o veículo se desloca até o trevo de acesso e que um cachorro preto segue o carro. Posteriormente, verificamos o momento que dois indivíduos retornam pelo mesmo trajeto feito pelo veículo. Coincidentemente o mesmo cachorro seguia os dois indivíduos”, comentou.
Um dos irmãos, conforme o delegado, confessou que praticou o crime e passou detalhes de como aconteceram os fatos.
Inquérito concluído
Após a identificação dos suspeitos, a Polícia Civil, representou ao Poder Judiciário pela prisão preventiva dos suspeitos. Também feito pedido busca e apreensão, na tentativa de encontrar a arma, que na ocasião não foi localizada.
Os dois estão presos, não pelo crime de homicídio, mas por tráfico de drogas, associação ao tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.
O delegado disse que a investigação foi exitosa e que o inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário.