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Espaços e sonhos: Reflexões para quem precisa ser forte em momentos difíceis

Foto: Divulgação

Rangel Agnolin é repórter esportivo na Oeste Capital e trabalha no ClicRDC. O jovem, de 21 anos, também sentiu no peito a dor de perder alguém – que amava e admirava – naquele 29 de novembro de 2016. A dor, no entanto, o fortaleceu. Ele decidiu seguir os passos do irmão. Hoje, trabalha na mesma emissora de rádio que, por tantas vezes, Renan Agnolin esteve ao vivo.

Confira a crônica escrita pelo repórter e destinada a todos os familiares das 71 vítimas do acidente aéreo que levava a delegação da Chapecoense, profissionais da imprensa e convidados para Colômbia.

Crônica por Rangel Agnolin

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Por muitas vezes o tempo não dá espaço aos sonhos. A correria do dia a dia exige um comportamento metódico que, eventualmente, foge dos sentimentos. Quantas vezes perdemos algo e não temos a chance de nos despedir?.

Comigo, isto aconteceu há três anos. Se eu soubesse que era a última conversa, falaria tudo aquilo que, hoje, tem espaço em meu coração. O “até logo, boa viagem”, daria espaço para um “vá em busca dos teus sonhos, te amo”.

Antes de embarcar, eu tenho certeza que os passageiros não imaginaram que o próximo voo teria um desfecho tão horrível. Aqueles simples números com letras deram espaço para algumas palavras que hoje são conhecidas por todos. O voo 2933 deu espaço para a “Tragédia da Chapecoense”.

O ir embora pela última vez, foi o tempo de quem não poderia ficar. Aquele espaço que era ocupado, hoje, fisicamente, está vazio.

Me lembro muito do dia 28 de novembro de 2016, um dia antes de tudo mudar. Naquela época, os meus sonhos eram diferentes. Por consequência de tudo isso, os espaços eram distintos também.

Se eu pudesse te dar um conselho, eu usaria o nome do livro de uma das minhas referências profissionais: “Viva como se estivesse de partida”, de Rafael Henzel. Independentemente de dinheiro, cor, emprego ou objetivos, dê espaços aos seus sonhos. Neste momento, deixe todo o orgulho de lado para amar quem está ao seu redor.

Aquelas estrelas que brilham tão forte no céu, não estão sozinhas. A conexão da galáxia com os corações daqui fazem tudo ficar mais calmo. Fazem tudo ficar mais tranquilo por aqui.

O dia de hoje é popular, mas não menos doído. A insegurança, a saudade e a dor chegam em outros dias também. Sim, aqueles dias que tudo isso não está sendo televisionado, escrito ou lembrado.

Crônica escrita por um familiar, mas também por um comunicador que sente, todos os dias, as consequências daquilo que aconteceu no dia 29 de novembro de 2016. Com amor, para todas as vítimas que tiveram o espaço para sonhar.

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