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‘Erro dizer que homem descende do macaco’, diz biólogo sobre Teoria da Evolução no ‘Dia de Darwin’

*Informações G1

Há 210 anos, nascia Charles Darwin, considerado o pai da Teoria da Evolução e autor do famoso livro “A Origem das Espécies”, publicado em 1859. Nesta terça-feira (12) é comemorado em quase todo o mundo o #darwinday, “Dia de Darwin”, onde fãs sobem todos os anos a hashtag nas redes sociais em homenagem ao aniversário do naturalista britânico nascido em 1809.

Charles Darwin nasceu há 210 anos e fundou a biologia moderna
Foto: J. Cameron/Wikimedia Commons

“De lá, pra cá”, houve muitas deturpações das análises do inglês. Em 2019, ainda há muita gente que não entende ou distorce as ideias de Darwin e seus estudos científicos. O professor de Biologia, Leonardo de Almeida Amado, que também é coordenador do curso de Biologia do Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), no Sul do Rio de Janeiro, esclarece essas dúvidas.

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O naturalista inglês é conhecido também por antever os mecanismos genéticos e por fundar a biologia moderna. “Darwin foi um dos pioneiros a estudar e falar sobre a Evolução. Criou a Teoria da Seleção Natural. Porém, na época, não pode precisar como as características eram passadas para as gerações futuras. Com esta Teoria e os estudos de Gregor Mendel, a Genética começa a entender esta passagem de características”, explica o professor.

Na época, desacreditada por muitos, por causa do conceito da evolução através do Criacionismo, a Teoria de Darwin renasceu com a descoberta da estrutura do DNA, a parte principal de cada célula, presente em todos os organismos vivos e que é responsável pela transmissão de informações de uma geração a outra.

Com a célebre frase “não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes, e sim as mais suscetíveis a mudanças”, Darwin mudou para sempre o pensamento científico. Segundo Charles Darwin, os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência do que os menos adaptados, deixando um número maior de descendentes. Os organismos mais bem adaptados são, portanto, selecionados para aquele ambiente.

Estudo de Darwin sobre tentilhões
Foto: Divulgação

O homem veio do macaco?

O ser humano não “veio do macaco”. Esse é um equívoco que se criou em torno de uma ideia que não era de Darwin. Na verdade, o que ele disse é que havia indícios de que homens e macacos tinham um ancestral comum que evoluiu com o tempo e se desdobrou em vários ramos diferentes.

A Teoria da Evolução mostra como as espécies se desenvolvem. A base da Teoria, que é a seleção natural das espécies, explica como estruturas simples se tornaram seres complexos ao longo de milhões de anos, enfrentando os desafios da sobrevivência.

“Há uma descendência evolutiva das espécies. O Darwinismo, que é a seleção natural, e o neodarwinismo, que explicou, acompanhado da seleção natural, a recombinação genética, está graças aos estudos da genética, explicando o que Darwin não conseguiu explicar na época a respeito das alterações que as espécies sofriam e eram transmitidas as gerações seguintes”, esclarece o professor Leonardo de Almeida.

De acordo com a Teoria de Darwin, o homem e o macaco fazem parte da classe dos mamíferos e descenderam de um ancestral comum. Ao longo da evolução, homem e macaco foram sofrendo alterações e se adaptando às modificações ambientais.

É um erro dizer que o homem descende do macaco. Darwin nunca disse ou escreveu tal coisa. O ser humano e os macacos, segundo a Teoria da Evolução, é que o homem e os primatas descendem de um ancestral comum, que não era homem e nem macaco, explica professor

“É um erro dizer que o homem descende do macaco. Darwin nunca disse ou escreveu tal coisa. A Teoria da Evolução explica que homem e macacos descendem de um ancestral comum. Este ancestral não foi nem homem nem macaco. Este ancestral durante o processo evolutivo dividiu se em ramos, um para o gênero em que se encontram os macacos e outro para o gênero Homo. O gênero Homo, continuou a se evoluir e ainda se evolui”, reafirma.

“As famosas mutações, que podem ser qualitativas ou quantitativas e podem ocorrer ao acaso ou, por exemplo, por influência de energia nuclear, em ambos os casos, afetam o arranjo dos genes nos cromossomos”, explica o profissional.

Darwin e sua experiência no Brasil

O naturalista inglês, que passou anos e anos em expedições, também atracou no Brasil, em 1832. Ele aportou na Bahia e no Rio de Janeiro. Ao todo ficou por cinco meses. Darwin ficou encantado com a exuberância da floresta tropical, mas também se chocou com a escravidão — reforçando suas convicções abolicionistas de que todos os seres humanos compartilham a mesma linhagem sanguínea em razão da ancestralidade comum.

De acordo com especialistas, os dois pontos foram cruciais para a elaboração da revolucionária Teoria que separou, pela primeira vez, a ciência da religião.

Confusão com a palavra ‘teoria’

Existem dois principais significados para a palavra “Teoria”:

Teoria é o conjunto de princípios fundamentais de uma arte ou uma ciência. Do grego theoria, que no contexto histórico significava observar ou examinar.

Teoria também é usado como sinônimo de hipótese, uma conjectura, uma opinião formada diante de um fato.

Portanto, a teoria científica não é a mesma coisa de um “achismo”. “Sendo que o ‘achismo’ se baseia na opinião própria, sem argumentação concreta, sem estudos científicos, sem metodologia e/ou resultados científicos. Bem diferente de Teoria, como usado no caso de Darwin, onde ele fez observações nas espécies em loco, verificando as suas variações. Com argumentação e justificativas concretas”, descreve o biólogo.

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