A crise na empresa aérea Avianca, que está em processo de recuperação judicial, trouxe reflexos largos para o município de Chapecó, que possui o maior aeroporto do Oeste Catarinense. Com a extinção da base na cidade, caiu o número de embarques e desembarques no Aeroporto Serafin Enoss Bertaso. Outro fator do declínio é o aumento das tarifas.
Dados divulgados nesta segunda-feira (13) pela Administração Municipal mostram que 3.297 pessoas deixaram de passar pelo Aeroporto de Chapecó, neste mês de abril. Em 2018, neste mesmo período, foram registrados 42.156 embarques e desembarques no aeródromo. Em 2019, no quarto mês do ano, foram 38.859.
O órgão municipal atribui a queda de usuários do aeroporto ao fim dos trabalhos da Avianca, em SC. Ao todo, quatro voos diários partiam de Chapecó, uma média de 60 por mês.
Com o cancelamento dos voos da Avianca, as opções de companhias aéreas diminuíram de três para duas. Agora, somente Gol e Azul operam em Chapecó.
O fim das atividades da Avianca, no município, aconteceu no dia 22 de abril.
De janeiro a abril deste ano, 167.210 pessoas passaram pelo Aeroporto de Chapecó. Neste mesmo período em 2018, foram 165.198.
Chapecó iniciou o ano com aumento no número de embarques e desembarques no aeroporto. Em fevereiro, 42.596 pessoas passaram pelo aeródromo, uma movimentação 15% maior que o mesmo período do ano passado.
Ao todo, de janeiro a abril, 167.210 pessoas usaram o aeroporto.
Outro fator: aumento das tarifas
Além do cancelamento de voos por conta da situação atual da Avianca, outro motivo para a queda de embarques e desembarques no aeroporto municipal, é o aumento das tarifas – relatado por consumidores, e explicado através de dados divulgados pelo IBGE.
Com a crise da Avianca, ocorreu um processo de concentração, ou seja, duas empresas dominam esse mercado: Gol e Latam, situação que tem impacto direto com o consumidor, pois há uma redução da oferta de aviões pelo país.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o valor das passagens não param de subir. Conforme os números da prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), os bilhetes tiveram alta média de 5,54%, entre março e abril e, no mês anterior, de 7,54%. Contudo, dependendo da rota que o consumidor for comprar, a diferença entre os preços de hoje e os do ano passado podem ser muito maiores, superando 140%, admitem fontes do setor.
Na contramão, os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estão desatualizados e não mostram essa discrepância recente que prejudica o consumidor. A pesquisa mais recente é do último trimestre de 2018.
Mudanças
No início deste mês de maio, iniciaram os novos voos do Aeroporto de Chapecó com destino a Florianópolis e São Paulo. As quatro novas operações são realizadas pela companhia aérea GOL.