OUÇA AO VIVO

InícioGERALDemanda por atendimento em saúde mental em Brumadinho cresce 400%

Demanda por atendimento em saúde mental em Brumadinho cresce 400%


Por Agência Brasil

- Continua após o anúncio -
Imagem: Divulgação/TV Brasil

Um ano depois do rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), a cidade registrou um aumento de 400% na demanda por atendimento em saúde mental no sistema público de saúde, segundo dados da prefeitura. A tragédia, ocorrida em 25 de janeiro de 2019, deixou 270 pessoas mortas e uma cidade inteira abalada.

Há pouco mais de quatro anos, Mariana, também em Minas Gerais, viveu outra tragédia ambiental de grandes proporções, quando a barragem da Samarco, empresa controlada pela Vale e pela BHP Billiton, se rompeu e matou 19 pessoas. 

- Continua após o anúncio -

Em Brumadinho, os bombeiros continuam as buscas pelos últimos 11 corpos ainda não encontrados. Esta é a maior operação de resgate já realizada na história do Brasil. Nos números oficiais, são 270 mortes. Mas as famílias atingidas contam também os dois bebês de duas mulheres grávidas que morreram na tragédia, e divulgam o número de 272 mortes.

Eliane Melo estava grávida de cinco meses. Ela trabalhava em uma empresa terceirizada que presta serviços para a Vale. Josiane Melo, uma das irmãs de Eliane, também é engenheira civil e funcionária da mineradora. Emocionada, ela fala da irmã: “Ela morreu trabalhando. No vídeo do rompimento, quando passa a barragem rompendo, tem um carro tentando fugir da lama, ela estava naquele carro. Então, a gente acredita que ela viu tudo. Essa imagem não sai da nossa mente.”

Natália de Oliveira também perdeu a irmã, Lecilda de Oliveira. Até hoje, vive a angústia de não encontrar o corpo da irmã e não poder encerrar um ciclo com o sepultamento. “Todas essas joias encontradas no decorrer do tempo, por um instante, eu pensei que poderia ser ela. Então, a gente vive essa expectativa no dia a dia”, diz Natália. “Joias” é como as famílias se referem aos restos mortais das pessoas que morreram naquele 25 de janeiro. Para sobreviver, Natália conta que está fazendo tratamento com psiquiatra e com psicólogo. “Agora pra dormir a gente tem que tomar remédio, pra gente acordar e pra gente viver.”

A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), a pedido do Ministério da Saúde, vai monitorar as alterações nas condições de saúde dessa população a curto, médio e longo prazo. “A hipótese principal é que essa população vive o que a gente chama de estresse pós-traumático”, afirma o pesquisador da Fiocruz Sérgio Viana. De acordo com ele, existe uma alteração no perfil imunológico, na qualidade de vida e na saúde mental dessas pessoas.


Receba essa e outras informações no nosso grupo no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/KfmoTNMKUMz5eWAGaHbpk5

Publicidade

Notícias relacionadas

SIGA O CLICRDC

141,000SeguidoresCurtir
71,800SeguidoresSeguir
56,300SeguidoresSeguir
12,500InscritosInscreva-se