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Com congestionamento de mais de 2 mil veículos, caminhoneiro de Chapecó relata problemas para entrar no Chile devido a Covid-19

Em relato ao ClicRDC, o motorista disse que enfrenta dificuldades para alimentação e higiene pessoal


Foto: Arquivos Pessoais/ Divulgação Sergio Moreira

Caminhões catarinenses estão parados há mais de cinco dias na fronteira da Argentina com o Chile. O congestionamento deu início após o governo chileno passar a exigir que os motoristas façam testes da Covid-19 na fronteira. A nova medida faz parte do controle sanitário adotado pelo país, depois da explosão de casos da variante Ômicron na Argentina. Antes os testes da doença eram feitos por amostragem. Com a mudança, motoristas que permanecem em locais sem abastecimento enfrentam duras realidades, tanto para alimentação quanto para a higiene pessoal. 

São aproximadamente cinco pontos de paralisação com uma média de 500 veículos por local. O caminhoneiro chapecoense Sergio Moreira está desde o domingo (23) na cidade de Mendoza, a cerca de 200 km da fronteira. Ele está parado no acostamento da rodovia, que é a principal ligação entre os dois países. Além da falta de condições básicas de sobrevivência, o motorista também enfrenta a insegurança de a carga perecível, que está no seu veículo, ser perdida. 

“Estamos aqui enfrentando uma grande fila. Essa exigência do teste da Covid entre Chile e Argentina complicou bastante. Os dois governos não se entenderam muito bem, resolveram fechar a fronteira e estamos aqui parados. Hoje, aqui tem em torno de cinco mil caminhões, em pontos estratégicos, onde eles nos acomodam. A situação não é nada favorável, é bem complicada e ainda faltam uns 200 km para que eu chegue na fronteira com o Chile”, cita o caminhoneiro em entrevista a Oeste Capital. 

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Falta de condições para higiene pessoal

No local, Sérgio já teve contato com motoristas de diversos municípios da região Oeste de Santa Catarina, dentre eles de Concórdia, Xanxerê e Xaxim. A falta de estrutura para se manter no espaço favoreceu o contato com os colegas da classe, que juntos, conseguiram encontrar um espaço para tomar banho, mas garantir água potável, é uma realidade ainda distante. 

“Existem alguns pontos que fornecem auxílio aos motoristas, mas o que nós estamos é mais retirado. Para tomar banho, conversamos com o pessoal de uma casa do interior que liberou uma mangueira, não é dentro do banheiro da casa deles. As condições de higiene são péssimas, além de não ter banheiro, a gente não tem água potável”, relata o caminhoneiro. 

Foto: Arquivos Pessoais/ Divulgação Sergio Moreira

Sem data para voltar para casa

A incerteza de permanecer na fila também se dá ao fato de não existir uma data para que os governos tenham uma nova definição. Diante disso, entidades do auto transporte de cargas da Argentina solicitaram para que o Chile faça a abertura de mais postos de atendimento aos caminhoneiros. 

“A gente não tem data confirmada, não tem nada agendado. Eles estão em contato entre os governos para tentar ver o que vão fazer. Sabemos que a partir do dia cinco que vão decidir algo, mas tudo é muito incerto”, declara Sergio. 

Ainda conforme o motorista, com ele ainda estão mais dois colegas, da mesma empresa. Juntos, eles aguardam a definição. 

“Estamos parados em um acostamento, porque não temos lugar devido a quantidade de caminhões. Alguns estão em pontos com recursos, só que no nosso caso, não tem esse apoio. Eu trabalho com caminhão frigorífico, inclusive a carga que estou levando é de carne, mas com essa fila, não consegui sair para abastecimento e isso pode sim começar a estragar produtos. Aqui tem cargas de todos os tipos”, conclui.

Foto: Arquivos Pessoais/ Divulgação Sergio Moreira
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